Vai viajar para a Copa Mundial de Clubes da Fifa? Veja tudo o que você precisa para não ter problemas

A Copa Mundial de Clubes da FIFA 2025 será realizada nos Estados Unidos, entre 14 de junho e 13 de julho, com novo formato: 32 equipes, divididas em oito grupos. É a maior edição já realizada do torneio interclubes da Fifa.

A América do Sul terá seis vagas, das quais quatro foram conquistadas por clubes brasileiros. O destaque é para o Rio de Janeiro, que pela primeira vez na história terá três clubes no mesmo Mundial. Confira os representantes do Brasil:

  • Palmeiras – campeão da Libertadores de 2021
  • Flamengo – campeão da Libertadores de 2022
  • Fluminense – campeão da Libertadores de 2023
  • Botafogo – campeão da Libertadores de 2024

Além desses quatro clubes brasileiros, também participarão os argentinos River Plate e Boca Juniors, completando as seis vagas da Conmebol.

A FIFA originalmente limitava a dois clubes por país, mas abriu exceção para os campeões continentais. O feito é histórico: três clubes cariocas disputarão juntos o maior torneio de clubes da atualidade.

Com isso, milhares de torcedores brasileiros devem se dirigir aos Estados Unidos. E, durante grandes eventos esportivos como este, a segurança nas fronteiras é sempre reforçada. As autoridades americanas devem adotar medidas migratórias mais rigorosas, considerando o fluxo elevado de turistas, muitos deles com estadias curtas e agendas focadas nos jogos. Estar bem-preparado é essencial.

Não é o primeiro Mundial — mas é o maior da história

Apesar da empolgação com o torneio de 2025, é importante lembrar que não se trata do primeiro Mundial de Clubes organizado pela FIFA. A competição já existe desde o ano 2000, quando foi realizada a primeira edição com clubes de diferentes continentes.

De 2005 até 2023, o torneio passou a ser disputado anualmente, reunindo os sete campeões continentais.

A edição de 2025 marca uma mudança histórica: será a primeira com 32 clubes, divididos em grupos e com fase eliminatória, num formato semelhante ao da Copa do Mundo de seleções, e será realizada a cada quatro anos.

O visto é necessário — mas não garante a entrada

Para visitar os Estados Unidos, os brasileiros precisam de um visto apropriado. O mais comum é o visto de turismo B1/B2,

Entenda o visto B1/B2: quando ele é usado?

Os vistos B1 e B2, geralmente, são concedidos juntos, no mesmo documento (visto B1/B2), permitindo ao visitante entrar no país para diferentes finalidades não remuneradas.

B1 – Negócios

Usado para quem vai aos EUA tratar de assuntos profissionais, sem trabalhar ou receber salário no país. Exemplos:

  • Participar de reuniões de trabalho ou negócios
  • Comparecer a conferências, congressos e seminários
  • Visitar instalações de empresas
  • Negociar contratos ou acordos comerciais
  • Realizar treinamentos não técnicos, pagos pela empresa brasileira
  • Resolver questões legais ou patrimoniais

B2 – Turismo, visitas e tratamento médico

Usado para atividades pessoais e de lazer. Exemplos:

  • Turismo e lazer
  • Compras
  • Visita a amigos ou parentes
  • Participação em eventos esportivos ou sociais (casamentos, aniversários, formaturas)
  • Realização de tratamento médico
  • Participação como ouvinte em cursos curtos ou workshops (sem certificado profissional)

Importante:

  • O visto B1/B2 tem validade de até 10 anos e é válido para estadias temporárias (geralmente até 6 meses por visita).
  • Não permite trabalhar ou estudar em cursos acadêmicos formais.
  • É fundamental que o propósito da viagem declarado na entrevista e na imigração seja coerente com o uso permitido pelo visto.

No entanto, mesmo com o visto aprovado, a entrada no país pode ser negada. A decisão final é dos agentes da imigração, que têm autoridade para barrar qualquer pessoa, mesmo com todos os documentos em ordem. Isso é parte do direito soberano dos Estados Unidos de proteger suas fronteiras.

O que levar para evitar problemas na imigração

Para facilitar sua entrada, é essencial apresentar documentos que comprovem o motivo da viagem e a intenção de retorno ao Brasil. Leve tudo impresso. O celular pode falhar, ficar sem bateria ou simplesmente não ser aceito pelos agentes.

Documentos recomendados:

  • Passaporte válido (mínimo 6 meses de validade)
  • Passagem de volta
  • Reservas de hospedagem: comprovantes de onde você ficará hospedado durante a viagem, como reserva de hotel, pousada, hostel, Airbnb ou carta-convite de um residente nos EUA, com endereço completo e, preferencialmente, cópia do documento da pessoa que está oferecendo a hospedagem.
  • Comprovantes de ingresso para os eventos e atrações da viagem
  • Comprovantes de recursos financeiros: documentos que demonstrem que você tem condições de se manter durante a estadia nos EUA, como extratos bancários recentes, faturas de cartão de crédito, comprovantes de renda, contracheques, declaração do imposto de renda ou carta de custeio de terceiros, quando aplicável.
  • Seguro-saúde internacional
  • Comprovação de vínculos com o Brasil: documentos que mostrem que você tem razões para retornar ao país após a viagem, como contrato de trabalho ou carteira assinada, declaração da empresa empregadora, matrícula em instituição de ensino, comprovante de residência fixa, escritura de imóvel, declaração de imposto de renda ou responsabilidades familiares documentadas.

O que os agentes de imigração podem perguntar?

As perguntas costumam ser diretas, como:

  • “Qual o motivo da sua viagem?”
  • “Quanto tempo pretende ficar?”
  • “Onde irá se hospedar?”
  • “Qual sua profissão no Brasil?”

Seja coerente com o que declarou ao pedir o visto. Inconsistências podem gerar desconfiança e barrar sua entrada.

Eles podem pedir para ver seu celular?Sim. Os agentes de imigração podem exigir acesso a:

  • Celular
  • Notebook
  • Câmeras
  • Aplicativos de mensagens
  • Redes sociais

Eles buscam indícios de que a pessoa pretende permanecer ilegalmente no país, trabalhar sem autorização ou cometer outras violações das leis imigratórias, como participar de atividades remuneradas sem o visto adequado, frequentar cursos acadêmicos com visto de turista, atuar como artista ou influenciador com fins lucrativos, tentar obter benefícios públicos indevidamente ou mentir sobre o real motivo da viagem. Também avaliam qualquer conteúdo que possa representar risco à ordem pública, à segurança nacional ou que seja interpretado como ameaça aos valores e leis dos Estados Unidos.

Se você se recusar a fornecer a senha, sua entrada pode ser negada imediatamente.

E se você for barrado?A pessoa é levada para uma área isolada do aeroporto, conhecida como “salinha da imigração”. Geralmente, é embarcada no próximo voo de volta ao Brasil, sem direito a recurso imediato ou advogado. O contato com familiares depende da decisão dos agentes.

O que diz a Embaixada dos EUA?A Embaixada dos EUA no Brasil publicou em 30 de abril de 2025, em sua conta oficial no X (antigo Twitter), o seguinte texto:

“Green cards and visas are a privilege, not a right.( Green cards e vistos são um privilégio, não um direito.)

Veja essa publicação oficial:

“TODOS devem estar de sobreaviso. Se você é um visitante em nosso país – comporte-se como tal. Nosso rigoroso programa de verificação em redes sociais para identificar riscos à segurança nacional e à segurança pública nunca para. O @USCIS está atento para encontrar qualquer coisa on-line que represente uma ameaça à nossa nação e ao nosso modo de vida.”

Antes que você, leitora ou leitor, me pergunte, informo que USCIS é o “Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos” (U.S. Citizenship and Immigration Services).

Conclusão — quem se prepara, aproveita mais

A entrada nos Estados Unidos está mais rigorosa nos últimos anos e especialmente em tempos de grandes eventos internacionais como o Mundial de Clubes. Mas, com organização e consciência das regras, você pode viajar com tranquilidade.

Se a sua viagem é para torcer por Flamengo, Fluminense, Botafogo ou Palmeiras, que ela comece com um golaço na imigração: documentação pronta, celular em ordem, e tudo impresso na mão.

Boa viagem — e boa sorte ao seu clube!

Fonte: Diário do Rio

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