Táxis voltam a ganhar espaço entre executivos e turistas de negócios no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro lidera, ao lado de São Paulo, o ranking nacional de cidades com maior ticket médio para deslocamentos corporativos via táxis e aplicativos de mobilidade. Segundo levantamento inédito da agência digital de viagens corporativas VOLL, no primeiro trimestre de 2025, o valor médio das corridas na capital fluminense foi de R$ 48 — acima da média nacional e empatado com a maior metrópole do país.

O estudo, baseado na movimentação de 750 mil usuários da VOLL, também revela que, nesse mesmo período, a procura por táxis cresceu 11% no Rio em comparação com o primeiro trimestre de 2024. Uma das principais explicações é o encarecimento dos aplicativos: o preço médio das corridas por app subiu de R$ 35 para R$ 39, também com alta de 11%.

Segundo Luiz Moura, cofundador da VOLL e conselheiro de turismo da FecomercioSP, o uso dos táxis no Rio tem se mostrado mais competitivo, especialmente em áreas com infraestrutura de trânsito mais favorável. “No Rio de Janeiro, corredores exclusivos para ônibus e táxis em vias como a Avenida Brasil e a zona sul reduzem o tempo de deslocamento. Para quem está a trabalho, esse ganho de tempo pode pesar mais que a comodidade dos aplicativos”, afirma.

Além disso, o serviço tradicional tem passado por transformações. A concorrência com os apps obrigou uma modernização da frota e uma melhora no atendimento, o que tem sido percebido pelos usuários corporativos. “A pressão do mercado fez com que muitos motoristas de táxi investissem em conforto e profissionalismo. Hoje, o serviço é mais competitivo, especialmente em grandes centros como o Rio”, destaca Moura.

Outro diferencial está nos aeroportos. No Santos Dumont, por exemplo, o embarque em táxis é imediato e ocorre logo na saída do terminal. O mesmo acontece no Galeão. Já os aplicativos exigem deslocamento a pontos específicos, o que pode representar perda de tempo, especialmente em horários de chegada intensa de voos.

Segundo a VOLL, a categoria “táxi” dentro das plataformas de aplicativos também contribui para a retomada. “Isso torna o acesso ao serviço mais simples e integrado à rotina do viajante corporativo”, diz Moura.

Rio lidera lista de destinos mais caros para transporte corporativo

No ranking dos destinos com maior ticket médio de transporte terrestre entre executivos, o Rio de Janeiro e São Paulo aparecem empatados no topo, com R$ 48 por corrida. Em seguida, vêm Salvador (R$ 35), Belo Horizonte (R$ 34), Porto Alegre e Recife (R$ 30), e Curitiba (R$ 27). No ano passado, Fortaleza ainda figurava entre os principais, mas saiu da lista em 2025.

Viagens a trabalho seguem puxando turismo nacional

Durante o evento “Primeira Classe”, promovido pela VOLL em março, o presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, Guilherme Dietze, reforçou que as viagens corporativas continuam sendo a principal engrenagem do turismo brasileiro. Segundo ele, o cenário econômico atual, com crescimento de 3,4% do PIB em 2024 e a menor taxa de desemprego da série histórica (6,2%), favorece tanto o consumo básico quanto o setor de serviços, como o turismo.

“O Brasil é marcado por ciclos, mas a resiliência e a criatividade do nosso mercado permitem aproveitar as janelas de crescimento. E as viagens a trabalho, especialmente para cidades como o Rio, seguem sendo estratégicas nesse processo”, afirmou.

Com o aumento da demanda por deslocamentos mais eficientes e previsíveis, o táxi volta a se destacar no Rio como uma alternativa valorizada por quem viaja a negócios. E, ao que tudo indica, essa tendência deve se manter no radar das empresas e dos profissionais neste 2025.

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