Rio de Janeiro recebe título de Capital Mundial do Livro pela Unesco

O Rio de Janeiro recebeu o título da Capital Mundial do Livro de 2025 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). A escolha representa um marco inédito: é a primeira vez que uma cidade de língua portuguesa recebe este título, reforçando a relevância do Rio no cenário literário e cultural global.

Anualmente, a UNESCO e instituições internacionais do setor editorial selecionam uma cidade para liderar um programa dedicado à promoção da leitura, da literatura e do acesso ao livro em reconhecimento aos esforços empreendidos neste sentido. O ciclo tem início sempre no dia 23 de abril de cada ano, quando se celebra o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, e dura 12 meses.

A cerimônia oficial do Rio Capital Mundial do Livro 2025 aconteceu nesta quarta-feira, 23 de abril de 2025, no Teatro Carlos Gomes, no Centro da capital fluminense, com um espetáculo musical. No evento, Jeanne Barseghian, prefeita de Estrasburgo — Capital Mundial do Livro de 2024 e cidade reconhecida como um dos principais polos de literatura infantil da Europa — realizou a entrega simbólica do título ao prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes.

Celebrações começaram no início do mês

Antes mesmo da cerimônia oficial, o evento “Rios da Palavra”, no dia 8 de abril, na Academia das Ciências de Lisboa, deu início às comemorações do título. Na ocasião, foi apresentada a Caixa Literária, com obras de escritores de países de língua portuguesa como Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial e Timor-Leste. A intenção é que os livros fiquem disponíveis em escolas e bibliotecas do Rio de Janeiro. A iniciativa simboliza a conexão entre as culturas lusófonas.

No dia 11 de abril, a Prefeitura do Rio de Janeiro já havia apresentado simbolicamente o título, durante cerimônia no histórico Real Gabinete Português de Leitura, no centro da cidade. O evento marcou o lançamento da identidade visual e do slogan do projeto.

Escolhida entre 21 propostas enviadas por designers da cidade, em seleção promovida pela Academia Brasileira de Letras (ABL), a marca funde elementos culturais da cidade com o universo literário. Em tons de roxo e rosa, remete simultaneamente às montanhas das paisagens cariocas, como o Pão de Açúcar, ao formato de um livro aberto e ao Arco da Apoteose. O slogan “O Rio de Janeiro continua lendo” faz referência à icônica canção “Aquele Abraço”, de Gilberto Gil.

Durante a solenidade, o prefeito Eduardo Paes e a ministra da Cultura, Margareth Menezes, assinaram um protocolo de cooperação entre o governo municipal e federal. O objetivo é democratizar o acesso à leitura e fortalecer a cultura do livro em todas as regiões da cidade. Também participaram do evento o presidente da ABL, Merval Pereira, e o secretário municipal de Cultura, Lucas Padilha.

Programação literária ocupa a cidade

A programação prevista é ampla e diversa, buscando envolver a população de todas as idades e perfis. Espaços públicos, escolas, bibliotecas e centros culturais serão palco de eventos, encontros literários, oficinas e intervenções urbanas.

Entre os destaques da agenda estão:

  • A Bienal do Livro Rio, em junho, com atrações inéditas, como uma roda-gigante literária.
  • A Noite com Livros, com livrarias e bibliotecas abertas para uma maratona de leitura.
  • O projeto Book Parede, que levará intervenções artísticas com trechos de obras literárias a diferentes pontos da cidade.
  • O Rio de Livros, que disponibilizará livros em pontos de circulação como o Terminal Gentileza, Metrô e Supervia, para troca entre leitores.
  • A iniciativa Academia Editoria Jr., voltada à formação de novos profissionais do setor editorial.
  • A reedição de obras pelas coleções Clássicos Cariocas e Bairros Cariocas.

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