
A Ilha de Paquetá é um dos destinos mais encantadores e bucólicos do Rio de Janeiro. Localizada na Baía de Guanabara, essa pequena ilha parece congelada no tempo, com ruas de terra, bicicletas como principal meio de transporte e um clima de cidade do interior em pleno território carioca. Paquetá é um verdadeiro refúgio para quem quer escapar da correria urbana e mergulhar em um passeio tranquilo, com belas paisagens, história e natureza.
Apesar de ser pouco explorada por turistas, a Ilha de Paquetá oferece um roteiro de 1 dia cheio de possibilidades. Desde passeios de charrete até praias, parques, museus e construções históricas, há muito o que fazer em Paquetá. Seja para um bate e volta de fim de semana ou como parte de um roteiro mais amplo pelo Rio de Janeiro, visitar a ilha é uma experiência única.
Com sua atmosfera nostálgica e charmosa, a Ilha de Paquetá Rio de Janeiro é o tipo de destino que conquista à primeira vista. O passeio agrada casais, famílias e viajantes solo que querem conhecer um lado diferente e mais calmo da cidade maravilhosa. E o melhor: é fácil de chegar e o custo é acessível.
Neste artigo, você vai descobrir como chegar, quando visitar, o que fazer na Ilha de Paquetá em um dia, além de conhecer sua história, curiosidades, atrações principais e se as praias são próprias para banho. Vamos nessa?
Como chegar na Ilha de Paquetá?
A forma mais tradicional e charmosa de chegar à Ilha de Paquetá é de barca, saindo da Praça XV, no centro do Rio de Janeiro. O trajeto dura cerca de 70 minutos e proporciona uma bela vista da Baía de Guanabara. Também é possível pegar a barca a partir de Niterói em alguns horários. O ideal é checar a tabela da CCR Barcas antes de planejar o passeio.
A Praça, inclusive, foi revitalizada junto com as obras do Porto Maravilha e está muito mais bonita e segura atualmente, contando diariamente com o auxílio da operação Centro Presente.

Lembro até hoje de como me sentia quando era criança e ia até a Praça XV. Aquele lugar sempre me deixava um pouco insegura. Tanto eu quanto meu irmão nascemos em uma maternidade que ficava ali perto, e, nos dias de visita, eu sempre sentia um medo que nem sabia nomear. A região era muito movimentada, cheia de pessoas e barulhos, e alguns trechos pareciam ainda mais assustadores por causa da pouca iluminação sob a antiga Perimetral — aquela imensa ponte que foi derrubada anos depois, nas obras do Porto Maravilha.
Recomendamos que você chegue com antecedência ao embarque, pois os intervalos entre as barcas costumam ser longos. Visitamos Paquetá em um sábado e planejamos pegar a barca das 11h30. No entanto, mesmo chegando exatamente nesse horário, não conseguimos embarcar. Resultado: tivemos que esperar pela próxima saída, marcada apenas para as 13h.


Fotos: Camila Santos / Me Leva Contigo
IMPORTANTE: sempre confira os horários de saída das barcas no site da Barcas Rio, pois dessa forma, você conseguirá se organizar melhor. Nesse site, você consegue conferir se a operação está seguindo sem problemas e o status das filas.
A travessia de barca do Rio de Janeiro até a Ilha de Paquetá leva, em média, 70 minutos. O valor da passagem, atualizado, é de R$ 4,70 por trecho. Devido a uma redução na tarifa feita pelo Governo do Rio no valor das barcas em Março de 2025.
Quando visitar a Ilha de Paquetá?
A melhor época para visitar a Ilha de Paquetá é entre os meses de abril e novembro, quando o clima está mais ameno e há menos chance de chuva. Mesmo durante o inverno carioca, é comum encontrar dias ensolarados e agradáveis, perfeitos para passeios ao ar livre. Esse período também costuma ser mais tranquilo, ideal para quem deseja curtir a ilha com calma, longe das multidões típicas do verão.
Evitar os domingos, feriados e datas próximas ao Carnaval — especialmente fevereiro, quando costumam ocorrer blocos de rua na ilha — é uma boa estratégia para quem busca sossego. Se puder, escolha visitar Paquetá durante a semana ou em sábados fora de feriado prolongado. Assim, a experiência será ainda mais leve, familiar e relaxante.
O que fazer na Ilha de Paquetá?
Este roteiro reúne fotos e dicas de diferentes visitas que fizemos à Ilha de Paquetá — sim, voltamos porque o lugar é encantador! Mas não se preocupe: reunimos tudo em um roteiro completinho que cabe perfeitamente em um único dia de passeio.
Você pode explorar a Ilha de Paquetá a pé ou de bicicleta, o que torna a experiência ainda mais charmosa. Caso não leve a sua, há várias opções de aluguel de bicicleta logo na entrada da cidade. Assim que você desembarca no terminal das barcas, já dá de cara com um mapa grande e bem sinalizado, com praias e pontos turísticos marcados — ideal para quem está indo pela primeira vez.
Confira agora o nosso roteiro de 1 dia na Ilha de Paquetá e descubra o que fazer em Paquetá para aproveitar ao máximo esse pedacinho especial do Rio de Janeiro.
Igreja do Senhor Bom Jesus do Monte
Assim que você chegar a Paquetá, ao desembarcar da barca, seguindo à direita, você verá logo no início da rua a Paróquia Senhor Bom Jesus do Monte. A igreja é um dos marcos religiosos mais antigos da Ilha de Paquetá. Construída em estilo colonial simples, por volta de 1763, ela preserva uma atmosfera serena que combina perfeitamente com o ritmo tranquilo da ilha. Localizada em uma parte elevada, a igrejinha branca se destaca entre as árvores e oferece uma vista charmosa da região ao redor. Mesmo sem grandes ornamentações, o templo conquista pela harmonia com o ambiente e pela sensação de acolhimento que transmite aos visitantes.

Seu interior é modesto, mas muito bem cuidado, com bancos de madeira, altar singelo e imagens sacras que refletem a fé e a tradição da comunidade local. A igreja é palco de missas e celebrações católicas ao longo do ano, especialmente nas festas do padroeiro, que costumam movimentar a região com procissões e eventos culturais. Para quem gosta de turismo religioso ou busca uma pausa para reflexão em meio ao roteiro, essa é uma parada especial.
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Além de sua importância espiritual, o local também é ideal para quem gosta de fotografia e história. A fachada rende belas imagens, principalmente ao entardecer, quando a luz do sol valoriza seus contornos simples. Ao redor da igreja, há bancos e uma área arborizada perfeita para descansar ou apreciar a paisagem. A visita à Igreja do Senhor Bom Jesus do Monte é uma forma de entender melhor a alma de Paquetá, que mistura religiosidade, história e a calma de um Rio de Janeiro quase esquecido.
Baobá Maria GordaBaobá Maria Gorda
O Baobá Maria Gorda é, sem dúvidas, uma das atrações mais icônicas da Ilha de Paquetá. Com um tronco robusto e aparência imponente, essa árvore centenária chama atenção não só pelo tamanho, mas pela história que carrega. Originária da África, foi plantada por escravizados durante o período colonial, e hoje é um símbolo de resistência e ancestralidade. Sua presença forte e silenciosa transmite respeito e curiosidade, sendo ponto obrigatório para fotos.

Localizado próximo à Praia da Moreninha, o Baobá Maria Gorda é facilmente acessível para quem faz o passeio a pé ou de bicicleta. Ele está protegido por um gradil, o que ajuda a preservar sua integridade, já que muitos visitantes se encantam e tentam tocá-lo. Ao lado, há um pequeno painel com informações sobre a espécie e sua importância cultural, além de bancos sob a sombra para quem deseja descansar e apreciar a paisagem com calma.
Para quem gosta de unir turismo e história, o Baobá Maria Gorda representa um verdadeiro elo com o passado da ilha e do Brasil. Estar diante dessa árvore centenária é como fazer uma pausa no tempo. Muitos visitantes aproveitam o local para momentos de contemplação e até mesmo para homenagens simbólicas, como amarrar fitinhas ou fazer pedidos. Um ponto de energia forte e inesquecível.
Antigo Bebedouro em Formato de Golfinhos
Um detalhe curioso e charmoso da Ilha de Paquetá é o antigo bebedouro público em formato de golfinhos. Essa peça em ferro fundido, com design artístico, remete à Belle Époque, época em que a ilha era um refúgio da elite carioca. O bebedouro é uma verdadeira obra de arte a céu aberto e está localizado nas proximidades da estação das barcas, em um ponto de fácil acesso para quem chega à ilha.


Fotos: Camila Santos / Me Leva Contigo
Mesmo sem estar mais em funcionamento, o bebedouro é muito fotografado e rende ótimos registros para quem gosta de detalhes arquitetônicos e históricos. Seu formato delicado contrasta com o ferro resistente, e os golfinhos esculpidos mostram a preocupação com o embelezamento dos espaços públicos em tempos passados. Esse tipo de peça é raro hoje em dia, o que torna sua preservação ainda mais significativa.
Além do valor estético, o bebedouro representa um pedaço do cotidiano de uma Paquetá antiga, quando as pessoas ainda buscavam água ali após seus passeios. É também um lembrete de como a ilha preserva sua história nos pequenos elementos espalhados por suas ruas. Ao visitar, vale a pena observar com atenção essas preciosidades que contam muito sobre o passado e o estilo de vida da ilha.
Caramanchão dos Tamoios, Ilha de Paquetá
O Caramanchão dos Tamoios é um espaço de descanso e contemplação localizado dentro do Parque Darke de Mattos, em uma das partes mais arborizadas da ilha. Sua estrutura é feita em madeira com trepadeiras que formam uma sombra natural, criando um ambiente acolhedor e fresco, ideal para uma pausa durante o passeio. O nome faz referência aos povos indígenas que habitavam a região antes da colonização portuguesa.

Esse caramanchão é muito procurado por casais, famílias e visitantes que querem sentar e apreciar a natureza com tranquilidade. Por estar cercado de verde, ele proporciona um silêncio agradável, quebrado apenas pelo som dos pássaros e da brisa. É comum ver pessoas lendo um livro, tirando fotos ou simplesmente descansando ali. A estética bucólica do lugar combina perfeitamente com o clima de interior que Paquetá ainda conserva.
Além do descanso, o local carrega um simbolismo importante ao homenagear os Tamoios, reforçando a presença indígena na história do Rio de Janeiro. Visitar o Caramanchão dos Tamoios é mais do que contemplar a beleza natural da ilha — é lembrar que a história do Brasil começa muito antes das barcas chegarem por aqui. Um ponto simples, mas carregado de significado.
Praia da Moreninha / Pedra da Moreninha
A Praia da Moreninha é uma das mais famosas da Ilha de Paquetá e leva esse nome por causa da pedra que homenageia o romance “A Moreninha“, de Joaquim Manuel de Macedo, ambientado na ilha. Com suas águas calmas e visual pitoresco, é ideal para quem busca momentos de tranquilidade. A Pedra da Moreninha, localizada na extremidade da praia, oferece uma vista privilegiada da Baía de Guanabara e rende fotos incríveis.


Fotos: Camila Santos / Me Leva Contigo
O acesso à praia é fácil, especialmente para quem está de bicicleta. O calçadão é plano, e o trajeto é agradável, passando por outras atrações do centro da ilha. A faixa de areia é curta, mas suficiente para estender uma canga e curtir o sol. Durante os finais de semana e feriados, a região costuma ficar mais movimentada, então vale chegar cedo para garantir um bom lugar.
A Pedra da Moreninha em si tem uma escadaria de acesso, e no topo é possível ver toda a extensão da praia, parte do continente e até o Corcovado em dias de céu limpo. É um lugar que une cultura, história e natureza, perfeito para quem busca experiências completas em uma só parada.
Praia José Bonifácio
A Praia José Bonifácio é uma das mais tranquilas da Ilha de Paquetá. Seu nome é uma homenagem ao patriarca da independência, que viveu na ilha por um tempo. A praia é menos movimentada que a Praia da Moreninha e tem um visual bucólico, com barcos de pescadores, árvores à beira-mar e a típica calmaria que define Paquetá.


Fotos: Camila Santos / Me Leva Contigo
O local é ótimo para quem quer fugir do agito e ter um momento mais introspectivo. A faixa de areia é pequena e as águas são calmas, o que também a torna segura para crianças. Próximo à praia, há bancos e sombras, ideais para um piquenique ou uma pausa no meio do roteiro. A vista da praia também é privilegiada, principalmente ao entardecer.
Para quem gosta de unir o passeio ao aprendizado histórico, a Praia José Bonifácio é simbólica. O intelectual brasileiro deixou um legado importante na ilha, e é possível encontrar menções a ele em outros pontos turísticos, como o parque Darke de Mattos. Um ótimo lugar para respirar fundo e sentir o espírito sereno de Paquetá.
Ponte da Saudade
A Ponte da Saudade é um pequeno píer que avança sobre as águas da Baía de Guanabara. Apesar de simples, carrega um nome poético e representa um dos pontos mais simbólicos da Ilha de Paquetá. É comum ver moradores e turistas sentados ali, contemplando o horizonte ou observando o vai e vem das barcas e pequenas embarcações.


Fotos: Camila Santos / Me Leva Contigo
Durante o entardecer, a Ponte da Saudade oferece um dos visuais mais bonitos da ilha. O pôr do sol visto dali é um espetáculo à parte, com tons dourados refletidos na água e a silhueta do continente ao fundo. Muitos casais escolhem o local para momentos românticos ou ensaios fotográficos.
Ainda praia José Bonifácio, encontramos também a Ponte da Saudade, que recebeu esse nome por conta de um africano escravizado chamado João Saudade, que visitava o lugar todos os dias para rezar. O motivo de suas preces? Reencontrar sua família perdida, que ficou em África.
Bem ao lado da ponte (que na verdade é um píer), fica a Pedra dos Namorados. Que segundo a crença local, acredita-se que quem está solteiro pode tirar a sorte para descobrir se em breve encontrarão um novo amor.
Quando chegar à Pedra dos Namorados, atire três pedrinhas de costas, em direção ao topo da pedra. Se pelo menos uma não cair, com ela fica a certeza de um amor que é correspondido e eterno.
Parque Natural Municipal Darke de Mattos

O Parque Natural Municipal Darke de Mattos é uma das maiores áreas verdes da Ilha de Paquetá. Com trilhas, mirantes e uma rica vegetação nativa, é um convite para caminhadas, contemplação da natureza e pausas relaxantes. O parque é bem sinalizado e abriga pontos de interesse como o Caramanchão dos Tamoios, mirantes naturais e áreas de piquenique.
Além da beleza natural, o parque também guarda um importante valor histórico. Foi idealizado pelo engenheiro Darke de Mattos, que contribuiu para o desenvolvimento urbanístico do Rio de Janeiro. No interior do parque, há placas com informações sobre a flora local, além de bancos e áreas de descanso que valorizam a experiência do visitante.


Fotos: Camila Santos / Me Leva Contigo
É um passeio ideal para quem quer conhecer o lado mais verde e silencioso de Paquetá. O parque fica em uma área elevada da ilha, proporcionando vistas amplas da Baía de Guanabara. Para os amantes de ecoturismo ou para quem quer tirar belas fotos, é uma parada obrigatória.
Praça Pintor Pedro Bruno e Rua Furquim Werneck
A Praça Pintor Pedro Bruno é uma das mais bonitas e bem cuidadas da Ilha de Paquetá. Cercada por árvores e com bancos de madeira, a praça homenageia o artista que viveu na ilha e registrou suas paisagens em telas que hoje fazem parte do acervo do Museu Nacional de Belas Artes. Ao redor, é comum ver moradores e visitantes curtindo um momento de descanso.
A Rua Furquim Werneck, que passa ao lado da praça, é uma das principais vias da ilha. Com seu charme rústico, calçamento antigo e ausência de carros, ela preserva a atmosfera colonial de Paquetá. É uma delícia caminhar por ali, observar as casas históricas e sentir o tempo passar mais devagar.
Essa região concentra boa parte da memória afetiva da ilha. Ao passear pela praça e pela rua, é possível imaginar como era a vida no século XIX, quando Paquetá era um refúgio da elite carioca. Os jardins bem cuidados, a arquitetura das casas e a tranquilidade da vizinhança tornam essa parte da ilha especial.
Casa de Artes de Paquetá
A Casa de Artes de Paquetá é um espaço cultural dedicado à produção artística local. Instalada em um charmoso casarão colonial, abriga exposições, oficinas e eventos que movimentam a cena cultural da ilha. O ambiente acolhedor e as atividades oferecidas tornam o espaço um polo de criatividade e encontro.
Durante o ano, a Casa de Artes recebe exposições temporárias, peças teatrais, saraus e feiras de artesanato. O calendário é variado, e mesmo quem visita pela primeira vez pode ter a sorte de encontrar alguma programação acontecendo. Também é comum encontrar obras de artistas locais à venda, valorizando a produção insular.
O espaço é mantido por moradores e coletivos culturais, o que reforça o caráter comunitário da ilha. Ao visitar, vale conversar com os responsáveis e conhecer mais sobre a produção artística de Paquetá. Uma ótima maneira de levar para casa uma lembrança única e feita com carinho.
Praça de São Roque, Praia e Capela de São Roque
A Praça de São Roque é um cantinho charmoso da Ilha de Paquetá. A área é pequena, mas bem cuidada, com bancos, árvores e vista para o mar. É um ponto de encontro dos moradores e também abriga eventos religiosos e festas tradicionais, como a procissão de São Roque.
A Capela de São Roque, ao lado da praça, é uma das igrejinhas mais antigas da ilha. Simples, mas encantadora, ela mantém viva a tradição católica de Paquetá. Muitos visitantes param ali para fazer uma oração ou apenas apreciar a arquitetura singela da construção, que se integra perfeitamente à paisagem.
Já a Praia de São Roque, logo em frente, é pequena e tranquila. Suas águas são calmas, e o entorno arborizado torna o espaço ideal para relaxar. É um excelente ponto para sentar e admirar o mar, especialmente nos dias de sol, quando a luz reflete sobre a água e embeleza ainda mais o cenário.
Praias Menos Conhecidas: Praia Pintor Castagneto, Praia dos Coqueiros e Praia do Catimbau
Embora menos famosas, essas três praias guardam uma beleza discreta e autêntica. A Praia Pintor Castagneto é pequena e cercada por vegetação, ideal para quem busca sossego. Já a Praia dos Coqueiros tem uma vista ampla da Baía de Guanabara e é ótima para caminhadas. Ambas ficam mais afastadas do centro da ilha, o que garante um clima ainda mais tranquilo.
A Praia do Catimbau, por sua vez, é conhecida por sua atmosfera silenciosa e pela presença de pequenas pedras e barcos de pesca. É uma praia excelente para quem deseja contemplar a paisagem ou fazer fotos com menos interferência de pessoas ao redor. Em dias de semana, é comum encontrá-la praticamente deserta.
Essas praias são ótimas opções para fugir do roteiro tradicional e explorar um lado mais reservado de Paquetá. Apesar de menos estruturadas, proporcionam uma experiência mais intimista e conectada com a natureza da ilha. Levar uma garrafinha de água, uma toalha e disposição já é o suficiente para aproveitar esses paraísos escondidos.
Praia Grossa e Casa da Moreninha
A Praia Grossa é uma das mais diferentes da ilha, com areia escura e vegetação mais densa ao redor. Apesar do nome, o local é tranquilo e tem uma faixa de areia ampla, ideal para caminhadas. O mar é calmo, mas a tonalidade da água é um pouco mais escura, o que pode afastar alguns banhistas — por outro lado, isso ajuda a preservar a tranquilidade do local.
Bem próxima dali está a famosa Casa da Moreninha, que ficou eternizada no romance de Joaquim Manuel de Macedo. A construção é histórica e inspira a imaginação de quem leu o livro ou simplesmente gosta de literatura. Embora não seja aberta à visitação interna, é possível admirar a fachada e tirar fotos.
Juntas, a Praia Grossa e a Casa da Moreninha compõem um cenário literário e contemplativo. Para quem gosta de roteiros culturais e cenários diferentes do tradicional, esse é um passeio imperdível. Aproveite para sentar nas pedras e ler um trecho do livro ali mesmo, respirando a mesma brisa que inspirou o autor.
Baobá João Gordo, Praia da Ribeira e Farol da Mesbla
O Baobá João Gordo é outro exemplar centenário que impressiona pelo tamanho e significado. Fica localizado na região da Praia da Ribeira, uma das mais calmas e frequentadas pelos moradores. Essa árvore é menos conhecida que a Maria Gorda, mas igualmente majestosa, oferecendo sombra e um ótimo ponto de parada para fotos e descanso.
A Praia da Ribeira é uma das preferidas para quem quer fugir do agito do centro. Ela é extensa e tem áreas de sombra, o que a torna perfeita para um piquenique ou um momento de leitura. Suas águas calmas e o ambiente familiar fazem dela uma das praias mais queridas da ilha.
O Farol da Mesbla, próximo dali, completa esse trio de atrações. Com uma estrutura simples, mas charmosa, ele marca a presença da navegação e da história marítima da ilha. É um ótimo ponto para fotos, especialmente ao pôr do sol. Um passeio por essa região é ideal para fechar o dia com beleza e serenidade.
Cemitério dos Pássaros
O Cemitério dos Pássaros é um lugar único e carregado de simbolismo. Criado por moradores locais, ele surgiu como um gesto de carinho com os animais da ilha — especialmente os passarinhos, muito presentes na fauna de Paquetá. Pequenas cruzes, nomes e mensagens formam um cenário delicado e poético.

Localizado no interior do Parque Darke de Mattos, o cemitério é uma atração que mistura arte popular e afeto. Não é raro ver visitantes emocionados com a simplicidade do local. É um espaço que convida à reflexão sobre a relação entre humanos e natureza, e sobre a forma como lidamos com o ciclo da vida.
Apesar de pequeno, o Cemitério dos Pássaros é uma das experiências mais marcantes da ilha. Visitar esse espaço é reconhecer a sensibilidade da comunidade local e a valorização da vida, mesmo nas suas formas mais frágeis. Um lembrete de que, em Paquetá, tudo — até os detalhes — tem alma.
Vale a pena visitar a Ilha de Paquetá?
Visitar a Ilha de Paquetá é uma experiência única, que oferece uma verdadeira imersão na história e tranquilidade do Rio de Janeiro. Com suas ruas sem carros, a ilha é perfeita para quem deseja fugir da agitação da cidade e aproveitar o melhor do turismo em um ritmo mais calmo e relaxante. Além disso, a beleza natural da ilha, com suas praias e vegetação, garante ótimos passeios a pé ou de bicicleta, que são opções bem conhecidas para explorar os pontos turísticos locais.
A grande vantagem de Paquetá é que, embora esteja muito próxima do Rio de Janeiro, o lugar preserva uma atmosfera de vila pequena e pacata, o que faz toda a diferença para quem busca um passeio fora da rotina. A ilha também conta com diversos pontos históricos, culturais e naturais que agradam tanto a quem quer aprender mais sobre o passado local quanto aos que querem simplesmente relaxar e apreciar a vista.
Portanto, sim, a visita na Ilha de Paquetá vale muito a pena, seja para um passeio curto ou para passar um dia inteiro. A diversidade de atrações e a tranquilidade do lugar tornam a experiência inesquecível, sem contar as lindas praias que são o cenário perfeito para fotos ou momentos de lazer.
História da Ilha de Paquetá
A Ilha de Paquetá, localizada na Baía de Guanabara, tem uma rica história que remonta ao período colonial, sendo habitada por indígenas Tupinambás antes da chegada dos portugueses. Durante o século XIX, a ilha se tornou um destino popular entre a elite carioca, que a utilizava como refúgio durante os períodos de calor intenso na cidade do Rio de Janeiro. Além disso, foi palco de importantes eventos históricos, como a visita de Dom Pedro II, que chegou a construir uma residência de veraneio na ilha.
A ilha sempre foi um importante ponto de comércio e cultura, e o legado histórico se reflete em diversos monumentos, igrejas e até no próprio urbanismo da ilha. As ruas de Paquetá ainda preservam o charme colonial, com casarões antigos e pequenas praças, que lembram a vida simples e tranquila do passado. A forte presença da natureza, com os morros e a vegetação, também faz parte desse patrimônio que combina história e beleza.
Além disso, Paquetá tem uma ligação especial com o samba e a cultura carioca. É um local onde os visitantes podem perceber uma fusão do passado e do presente, com uma vibe histórica que se mistura à descontração das praias e ao ritmo do samba, ainda muito presente na vida local.
Paquetá e o romance A Moreninha
O romance “A Moreninha“, escrito por Joaquim Manuel de Macedo em 1844, tem uma forte ligação com a Ilha de Paquetá. A obra é uma das mais importantes da literatura brasileira e se passa justamente na ilha, que na época era muito procurada pela alta sociedade. A história de amor entre os personagens Augusto e Carolina, ambientada em uma residência luxuosa de Paquetá, traz à tona a ideia de um Rio de Janeiro aristocrático e romântico, idealizado pela sociedade da época.
O cenário de Paquetá foi escolhido por Macedo devido à sua beleza natural e tranquilidade, que contrastava com o agito do centro da cidade. A ilha tornou-se, assim, o lugar perfeito para ambientar o romance que falava de amor, classe social e conflitos familiares. A narrativa ajudou a consolidar a imagem da ilha como um refúgio de paz e beleza, atraindo a atenção de muitos leitores e visitantes ao longo dos anos.
Hoje, os fãs do livro podem visitar Paquetá e explorar os locais que inspiraram a obra, como a casa onde a história se passa, e ainda vivenciar um pouco da atmosfera que Macedo descreveu. A relação entre o romance e a ilha é uma das razões pelas quais Paquetá carrega tanta importância cultural e literária para o Rio de Janeiro e o Brasil.
As Praias da Ilha de Paquetá são próprias para banho?
As praias da Ilha de Paquetá são conhecidas por sua beleza e tranquilidade, sendo uma das principais atrações da ilha. Embora a água da Baía de Guanabara tenha enfrentado ao longo dos anos problemas de poluição, as praias de Paquetá têm se esforçado para melhorar a qualidade da água. As praias mais conhecidas, como a Praia da Moreninha e a Praia José Bonifácio, são frequentemente frequentadas por turistas e moradores que buscam um dia relaxante à beira-mar.
Entretanto, como em muitas áreas costeiras do Rio de Janeiro, por isso é sempre bom verificar as condições de qualidade da água antes de se banhar.
Confira o último relatório apresentado pelo INEA – Maio de 2025:
- Imbuca – Em frente à Rua Frei Leopoldo – Imprópria
- Ribeira – À esquerda do Farol de Paquetá – Própria
- Grossa – Em frente à Igreja Matriz de Paquetá – Imprópria
- Tamoios – À esquerda da Ladeira do Vicente – Imprópria
- Catimbau – Em frente à Travessa Dois Irmãos n° 195 – Imprópria
- Castagneto – Em frente à Rua Feliciana Borges. (Antiga P. Castagñeto) – Imprópria
- Moreninha – Em frente ao Corpo de Bombeiros da Rua Dona Polucena – Própria
- J. Bonifácio – Em frente à ETE Paquetá CEDAE – Imprópria
- Prainha – Centro da praia (Parque Darke de Matos) – Própria
Conclusão
A Ilha de Paquetá é, sem dúvida, um destino imperdível para quem deseja explorar o Rio de Janeiro de uma maneira mais tranquila e imersiva. Sua rica história, belezas naturais e conexão com a cultura carioca fazem dela um lugar único e encantador. Seja para um passeio rápido ou para um dia inteiro de exploração, Paquetá oferece opções para todos os gostos, desde as praias até os pontos turísticos históricos. Sem dúvida, um destino perfeito para quem busca fugir da agitação da cidade e se conectar com a natureza e a história.