Entenda o que é o traçado da Linha 6 do MetrôRio

O prefeito Eduardo Paes disse nesta sexta-feira, em suas redes sociais, que deseja assumir e recuperar os ramais ferroviários operados neste sábado pela SuperVia nos trechos que atravessam a cidade. Em meio a atrasos em viagens e convivendo diariamente com furtos de equipamentos, a atual operadora já anunciou que pretende devolver a concessão assim que uma nova empresa assumir o sistema. Paes afirmou ainda que quer tirar do papel duas linhas de metrô, mas pede, em contrapartida que se encontre uma forma de integrar o Bilhete Único Intermunicipal ao cartão Jaé, que a prefeitura promete operar de forma exclusiva nas linhas municipais a partir de julho, substituindo o Riocard.

“Queremos fazer com a SuperVia a mesma recuperação que fizemos com o BRT. São muitos anos de maus-tratos ao povo carioca, com o péssimo serviço de trens que temos por aqui”, escreveu Paes, que mira as eleições para o governo em 2026. Em novembro do ano passado, o governo do estado e a SuperVia assinaram um acordo que mantinha a empresa à frente da operação dos trens por até nove meses. Após esse prazo, o contrato de concessão será extinto.

Outras obras do MetrôRio

No caso do MetrôRio, o prefeito prometeu viabilizar a expansão da Linha 4, do Jardim Oceânico até o Recreio, e implantar a Linha 6 (Alvorada-Cocotá, na Ilha). Os recursos viriam de um mecanismo conhecido como Operações Urbanas Consorciadas. Investidores repassariam recursos para a obra e, em contrapartida, receberiam uma espécie de bônus urbanístico com regras mais flexíveis para construir na Barra e no Recreio. A ideia não é nova: em 2012, Paes cogitou usar o mecanismo para investir no metrô, mas desistiu.

— A questão é que boa parte das áreas que poderiam ter esse mecanismo já foi usada em outras operações. Foi assim que o prefeito viabilizou, por exemplo, o Parque de Inhoaíba, a reforma do São Januário e a construção de um autódromo em Guaratiba — diz o vereador Pedro Duarte (Novo), presidente da Comissão de Assuntos Urbanos da Câmara do Rio.

Em nota, o governo do estado disse que está aberto a parcerias. No caso do metrô, no entanto, informou que as prioridades são tirar a Linha 3 (São Gonçalo-Rio) e a ligação Estácio-Carioca do papel:

‘‘É preciso que o projeto tenha um estudo consistente, levando em consideração a viabilidade técnica e financeira”.

Especialistas têm dúvidas sobre a viabilidade da ideia de Paes. Em vigor desde 2015, o Plano de Expansão do Metrô prevê que, somadas, as duas novas linhas teriam 49,2 quilômetros. Desde 1980, os governos só conseguiram implantar 57 quilômetros de trilhos no Rio, sendo que ainda falta concluir as obras da estação da Gávea.

— Não é barato. O custo para implantar um quilômetro de trilhos de metrô fica entre R$ 1 bilhão e R$ 1,3 bilhão — alerta o engenheiro Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes.

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