Conheça o Museu do Samba, no Morro da Mangueira – Rio de Janeiro

O Museu do Samba, estrategicamente localizado aos pés do Morro da Mangueira, no Rio de Janeiro, é um dos maiores símbolos da cultura brasileira. Este museu, anteriormente conhecido como Centro Cultural do Cartola, homenageia o samba, um dos maiores legados culturais do Brasil, e a vida de Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, um dos maiores sambistas e compositores da história do país.

Nascido da necessidade profunda de preservar e valorizar a história do samba e das escolas de samba do Rio de Janeiro, o Museu do Samba foi criado em 2001, no coração da Mangueira. Inicialmente foi intitulado como Centro Cultural do Cartola, em homenagem ao grande mestre que, além de ser um dos fundadores da Estação Primeira de Mangueira, contribuiu de forma inestimável para a cultura musical brasileira.

Como parte da grade curricular da construção do acervo “Ancestralidade, Memória e Poder Feminino“, da GRES Estação Primeira de Mangueira, fomos conhecer o Museu do Samba para somar a experiência de pesquisa sobre a história do samba.

Por que conhecer o Museu do Samba?

Visitar o Museu do Samba é mergulhar na essência da cultura carioca e brasileira. Ao adentrar o museu, você é imediatamente transportado para um universo onde o samba é a estrela principal. Os visitantes têm a oportunidade de aprender sobre a história do samba, desde suas origens, passando por seus momentos mais gloriosos, até chegar ao papel que desempenha na sociedade contemporânea.

Além disso, o museu é um local de memória e de celebração das personalidades que moldaram o samba como o conhecemos hoje. Cada canto do museu conta uma história, cada exposição é uma homenagem ao talento, à luta e à paixão dos sambistas. É um lugar onde os visitantes podem sentir a energia do samba e entender seu papel na construção da identidade cultural brasileira.

Onde Fica e como chegar ao Museu do Samba?

O Museu do Samba está situado no Morro da Mangueira, na Rua Visconde de Niterói, 1296, numa das comunidades mais icônicas do Rio de Janeiro.

A Mangueira é conhecida mundialmente por sua escola de samba, a Estação Primeira de Mangueira, que tem uma rica história de vitórias no Carnaval carioca. A comunidade em si é um vibrante centro de cultura e música, e o Museu do Samba é uma de suas principais joias.

Para chegar ao Museu do Samba, você pode utilizar o transporte público ou optar por táxis e aplicativos de transporte.

Caso opte por ir de ônibus, algumas linhas que param na porta do Museu são: 371 (Praça Seca x Tiradentes), 711 (Rocha Miranda x Rio Comprido), 630 (IAPI da Penha x Saens Pena).

Agora, se preferir ir de metrô, as estações mais próximas são Maracanã e Triagem (mas você terá que pegar um moto táxi ou ir andando até o Museu).

A viagem é uma oportunidade de ver de perto a vida cotidiana na comunidade e se conectar ainda mais com a cultura local.

Exposições, experiências e ancestralidade

A visita ao Museu do Samba é uma experiência imersiva e educativa. Ao percorrer as exposições, os visitantes são guiados por uma narrativa que destaca a evolução do samba, desde suas raízes africanas até se tornar o símbolo cultural que é hoje.

As exposições são interativas, com uma rica coleção de fotografias, vídeos, instrumentos musicais, fantasias de carnaval e outros artefatos históricos que ilustram a trajetória do samba.

A Força Feminina do Samba

A exposição “A Força Feminina do Samba“, patrocinada pelo  Banco Votorantim S.A, por meio da Lei de Incentivo à Cultura – do Ministério da Cultura, no Museu do Samba, localizado no Morro da Mangueira, é uma poderosa homenagem às mulheres que moldaram e continuam a influenciar o universo do samba.

Esta mostra destaca a participação essencial das mulheres no samba, não apenas como intérpretes e dançarinas, mas também como compositoras, lideranças e figuras de resistência cultural. Através de uma cuidadosa curadoria, a exposição reúne uma coleção diversificada de fotografias, vídeos, áudios e objetos que contam as histórias dessas mulheres, celebrando suas contribuições ao longo das décadas.

Além de ressaltar o legado histórico, “A Força Feminina do Samba” também foca nas novas gerações de mulheres sambistas, mostrando como elas estão reinventando e fortalecendo o samba nos dias de hoje. A exposição oferece um espaço para reflexão sobre a luta por igualdade e reconhecimento dentro do gênero musical, ao mesmo tempo que celebra a criatividade, a coragem e o talento das mulheres que continuam a elevar o samba como uma expressão vibrante da cultura brasileira.

Heróis da Liberdade

Inaugurada no dia 13 de maio e patrocinada pelo Governo do Estado, a exposição “Heróis da Liberdade“, no Museu do Samba, é uma celebração da resistência e do legado dos líderes negros que lutaram pela liberdade e pelos direitos civis no Brasil, com uma conexão profunda com o samba.

Foto: Camila Santos

A mostra destaca como o samba se tornou uma voz de resistência e uma forma de expressão cultural para a comunidade negra, em meio a um contexto histórico de opressão e exclusão social. Através de uma rica coleção de artefatos, documentos históricos, fotografias e relatos orais, a exposição traz à tona as histórias de figuras como Zumbi dos Palmares, Luiz Gama, e outros líderes que, direta ou indiretamente, influenciaram a formação do samba como símbolo de resistência e identidade cultural.

“Heróis da Liberdade” não só narra a trajetória desses líderes históricos, mas também explora a maneira como o samba se tornou um veículo de luta por liberdade e igualdade. A exposição conecta o passado ao presente, mostrando como as mensagens de resistência e perseverança desses heróis continuam a reverberar no samba e na sociedade brasileira contemporânea. É uma homenagem ao poder da música como instrumento de transformação social e à força daqueles que, através do samba, mantêm viva a luta pela liberdade e justiça.

Simplesmente Cartola

A exposição “Simplesmente Cartola“, no Museu do Samba, é uma imersão na vida e obra de Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, um dos maiores ícones do samba e da música brasileira.

Na exposição “Simplesmente Cartola”, o relacionamento entre Cartola e Dona Zica é destacado como um dos pilares fundamentais de sua vida e obra. A mostra apresenta essa parceria não apenas como uma história de amor, mas como uma união profundamente influente na trajetória artística de Cartola. Dona Zica, além de ser sua esposa e companheira de toda a vida, foi uma figura essencial no desenvolvimento pessoal e criativo do compositor.

A exposição exibe fotos, cartas e depoimentos que ilustram o apoio mútuo entre os dois, mostrando como Dona Zica foi uma grande inspiração para Cartola e desempenhou um papel crucial na preservação e difusão de seu legado musical, especialmente após sua morte. Juntos, eles formaram um casal simbólico, cuja história de amor e dedicação transcendeu as dificuldades e se tornou parte indissociável da cultura do samba.

“Simplesmente Cartola” vai além de uma homenagem tradicional, apresentando também o impacto duradouro de suas composições, que continuam a inspirar novas gerações de sambistas e músicos em todo o Brasil. A mostra destaca a genialidade e a sensibilidade de Cartola, explorando a riqueza poética de suas letras e a simplicidade sofisticada de suas melodias. É uma celebração do legado de um homem que, apesar das adversidades, transformou sua paixão pela música em um tesouro cultural que ressoa no coração do samba e na alma do Brasil.

Como o Museu do Samba se torno o maior Centro de referência do Samba?

O Museu do Samba se tornou o maior centro de referência do samba graças a uma combinação de dedicação à preservação da história, forte conexão com a comunidade e constante inovação em suas atividades culturais e educacionais. Desde sua fundação, o museu tem como missão não apenas preservar o passado glorioso do samba, mas também promover a continuidade e a evolução desse patrimônio cultural. Ele foi criado para celebrar e perpetuar a memória de grandes sambistas, como Cartola, e para contar a história do samba desde suas origens até os dias atuais.

O Museu do Samba desempenha um papel crucial na preservação e promoção da cultura do samba. O samba, que nasceu nas comunidades negras do Rio de Janeiro no início do século XX, é muito mais do que um gênero musical; é uma expressão da identidade cultural brasileira.

O museu se conecta profundamente com a comunidade local, envolvendo moradores em suas atividades e garantindo que o samba continue a ser uma força viva na cultura brasileira. Além disso, o museu investiu em exposições interativas, programas educativos e eventos que não apenas preservam, mas também difundem a cultura do samba, tornando-o acessível a novas gerações e a visitantes de todo o mundo. Essa combinação de respeito à tradição e inovação constante estabeleceu o Museu do Samba como o principal centro de referência do gênero.

Quanto custa e horário de funcionamento

O Museu do Samba funciona de Terça a sábado de 10 às 17:00 horas. E custa R$ 20,00 (inteira) e Meia: R$ 10,00.

Em alguns casos específicos são concedidos gratuidade para:

  • ​Alunos da rede pública de Ensino Fundamental e Médio
  • Crianças de até 5 anos de idade
  • Pessoas com idade a partir de 60 anos
  • Professores da rede pública de ensino do município do Rio de Janeiro
  • Vizinhos do Museu do Samba
  • Guias de turismo

Em todos os casos, é necessário apresentar documentação comprobatória. A vista dura em torno de 2 a 3 horas.

Conclusão

O Museu do Samba, localizado no coração da Mangueira, é muito mais do que um espaço de memória; é um centro vibrante de cultura, resistência e celebração. Desde suas raízes como Centro Cultural do Cartola até se tornar o maior centro de referência do samba, o museu desempenha um papel crucial na preservação e promoção do samba, uma das maiores expressões culturais do Brasil. Cada exposição, como “Simplesmente Cartola”, “Heróis da Liberdade”, “A Força Feminina do Samba”, e “Poder Feminino”, oferece uma janela única para a história, as lutas e as conquistas que moldaram o samba e a cultura brasileira.

O museu não apenas mantém viva a memória de grandes sambistas, mas também inspira novas gerações, fortalecendo a conexão entre o samba e a comunidade. Sua dedicação à preservação, educação e inovação garante que o samba continue a evoluir, permanecendo relevante e significativo na vida cultural do Brasil. Ao visitar o Museu do Samba, os visitantes não apenas exploram a história do samba, mas também se conectam profundamente com a alma do Brasil, celebrando um legado que transcende o tempo e as fronteiras.

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