‘Primórdios digitais’: veja onde estão os macacos hiperconectados nas ruas do Rio

A obra Primórdios digitais está espalhada em diversos pontos turísticos do Rio de Janeiro surpreendendo cariocas e turistas. As esculturas de macacos hiperconectados em “gadgets” como celulares, óculos de realidade virtual e drones, tem até 2m de altura e fazem parte da intervenção urbana inédita “Primórdios digitais“, do artista visual Beto Gatti. As obras retratam primatas com corpos humanos e questionam o comportamento obsessivo diante dos celulares, em detrimento das relações sociais no mundo contemporâneo.

Onde estão as obras da exposição ‘Primórdios Digitais‘?

As obras estão instaladas nos seguintes locais:

  • Rua Dias Ferreira (em frente ao número 175), no Leblon;
  • Calçadão da praia do Leblon, em frente à Rua José Linhares;
  • Às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, na altura do Corte de Cantagalo.
  • Praça Mauá (em frente ao Museu do Amanhã)
  • Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim/Galeão. Neste último local, a escultura “Saudade” está instalada desde o ano passado e, agora, é incorporada à ação.

A obra e o artista

É a primeira vez que o trabalho de Gatti ganha as ruas, com a intenção de ampliar a discussão sobre o paradoxo do mundo contemporâneo.

“Vivemos entre o real e o digital, cercados por possibilidades infinitas de conexão, informação e aprendizado. Em paralelo, somos atravessados por sensações de aprisionamento e de comparações constantes, e por uma liberdade ilusória alimentada pela ‘egolândia’ digital em que o tempo e a presença se esvaem”, analisa.

“Primórdios Digitais é um convite à pausa e à reflexão coletiva sobre o que nos conecta”, define o artista.

Gatti afirma que constrói sua crítica a partir da dualidade presente na própria obra: utiliza tecnologia de ponta como ferramenta criativa, mas retorna às origens ao empregar materiais ancestrais como o bronze. Contrastes entre o primitivo e o digital, ou entre o corpo e a máquina, são constantes no projeto de intervenção.

Aos 39 anos, Beto vive e trabalha na Zona Sul do Rio. Começou a produzir as esculturas que tratam de humanidade e tecnologia em 2021, como parte de uma série intitulada “A origem“, cujas três primeiras obras foram apresentadas na feira ArtRio do mesmo ano. Desde então, o trabalho de Gatti foi adquirido por instituições como o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) e cinco galerias estrangeiras: a inglesa Miart, a suíça Artion, a americana Carousel, a portuguesa Tilsitt e a montenegrina Gayo. Sua produção é disputada em leilões e feiras internacionais, como a Art Basel.

Em 2022, ele foi o único artista brasileiro convidado a criar uma escultura exclusiva para a Copa do Mundo no Catar. No mesmo ano, Beto criou uma obra única em bronze para uma iniciativa que unia arte, música e esportes em Alula, na Arábia Saudita. A peça segue instalada no Hotel Habitas.

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