Um turista chileno de 16 anos foi atingido na cabeça e no pé esquerdo por um pedestal de ferro na manhã desta quinta-feira (17), durante uma visita ao Cristo Redentor. O equipamento, que faz parte da estrutura montada para a realização de missas, foi derrubado por uma forte rajada de vento no momento em que o jovem atravessava uma área que estava cercada.
A estrutura montada para a realização de missas no Cristo Redentor, de onde um pedestal caiu nesta quinta-feira (18) e feriu um turista chileno de 16 anos, não tinha autorização para estar no local. Por esse motivo, a Secretaria de Estado de Defesa do Consumidor e o Procon-RJ notificaram a Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro, entidade ligada à Igreja Católica responsável pela administração do santuário.
Os agentes estiveram no local para averiguar as condições, mas descobriram que não havia o aval do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e nem do Corpo de Bombeiros para a realização de montagem de eventos no platô do monumento.
O Iphan confirmou que não recebeu nenhuma solicitação formal referente às estruturas instaladas. “O Instituto esclarece que, conforme previsto na Portaria Iphan nº 420/2010, a instalação de estruturas provisórias em bens tombados em nível federal depende de autorização prévia. Até o momento, o Iphan não recebeu nenhuma solicitação”, afirma.
O adolescente, que estava acompanhado da mãe, foi socorrido pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Móvel do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que mantém um plantão no Alto Corcovado. Ele disse que foi atingido na cabeça e no pé esquerdo por uma estrutura de ferro, que caiu com a força do vento.
O médico constatou uma leve contusão na cabeça, escoriações na perna esquerda, além de sintomas como dor de cabeça, náusea e dor no pé. O adolescente foi medicado no local e liberado após o atendimento.
O Santuário Cristo Redentor, no entanto, informou que a estrutura que caiu é de fibra de carbono e que missas e celebrações são realizados diariamente aos pés do monumento, respeitando rigorosamente os protocolos de segurança.
O Cristo Redentor, que é um dos locais mais visitados do Rio de Janeiro, segue recebendo atenção redobrada das autoridades após a morte de um turista gaúcho em março. Na ocasião, Jorge Alex Duarte passou mal ao subir as escadas do local, por volta das 7h39, e uma unidade Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou às 8h13 para atendimento. Porém, ele já estava sem vida. O monumento chegou a ser interditado e passou por vistoria na época.
“Em apenas um mês, três incidentes foram registrados no Cristo Redentor, incluindo uma fatalidade. É inadmissível que episódios como esses continuem acontecendo e, por este motivo, nossas equipes estão fiscalizando e monitorando as ações que acontecem no local e caso haja reincidência, podemos voltar a interditar o monumento, visando à proteção da saúde, integridade e vida dos consumidores que visitam o Cristo”, disse o Secretário de Estado de Defesa do Consumidor, Gutemberg Fonseca.
Notas do Santuário Cristo Redentor, ICMBio, Iphan e Corpo de Bombeiros:
Em nota oficial, o Santuário Cristo Redentor esclareceu as circunstâncias do incidente ocorrido:
“O Santuário Cristo Redentor informa que o incidente ocorrido na manhã desta quinta-feira, 17 de abril, envolveu um pedestal leve, confeccionado com material reciclado (fibra de carbono), medindo aproximadamente 1,5 metro de altura por 30 centímetros de largura e 35 de profundidade. O objeto é utilizado como suporte da imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, durante as missas celebradas diariamente no platô do Santuário.
No momento em que a celebração estava sendo preparada, o pedestal, infelizmente, foi derrubado devido a uma rajada de vento. O jovem atingido foi imediatamente atendido por funcionários do Santuário e, na sequência, recebeu os primeiros socorros no posto de saúde. Ele foi medicado e liberado em boas condições, acompanhado por sua mãe.
O Santuário reforça que missas e celebrações são realizadas diariamente aos pés do monumento, respeitando rigorosamente os protocolos de segurança. A equipe do Santuário está sempre mobilizada para prestar assistência aos fiéis e visitantes, como também ocorreu recentemente, quando foi prestado todo o suporte necessário no caso do turista que faleceu após um mal súbito, mesmo se tratando de uma situação de emergência de responsabilidade médica do poder público.
O Cristo Redentor é um santuário católico, reconhecido como solo sagrado e ponto de peregrinação, mas também é um espaço de acolhimento para milhões de pessoas de todo o mundo. O Santuário lamenta profundamente o ocorrido, reforça seu compromisso com a segurança e o bem-estar dos visitantes e reitera sua disposição em colaborar com as autoridades competentes para quaisquer esclarecimentos”.
Já o ICMBio se pronunciou com a seguinte nota:
“O ICMBio informa que a UTI Móvel que o Instituto mantém de prontidão, das 7h às 19h, no Alto Corcovado, para atendimento a todos os turistas que visitam o local, realizou o atendimento a um visitante de 16 anos na manhã desta quinta-feira, dia 17 de abril de 2025, entre 10h36 e 11h03.
De acordo com o boletim médico, assinado pelo médico de plantão da UTI Móvel, o adolescente relatou que um objeto caiu em cima de sua cabeça e de seu pé esquerdo. No boletim, está detalhado que o paciente apresenta leve contusão em região frontal e leve escoriação no membro inferior (o pé esquerdo – tecnicamente o médico descreve isso como “escoriação em MIE”), além de ter informado dor de cabeça, náusea e dor no pé. Ele foi medicado na própria UTI Móvel.
Ainda de acordo com o relato prestado ao médico, pelo turista e por sua mãe – que o acompanhava – foi de que o objeto que caiu em cima dele era um pedestal de ferro que fazia parte da estrutura de uma missa a ser realizada no platô do Alto Corcovado. No momento da queda, segundo o turista, ventava forte, o que teria derrubado o pedestal.
O ICMBio reforça que o acesso à área de visitação do platô do Alto Corcovado deve permanecer livre para o uso dos turistas dentro do horário de visitação, que é das 7h às 19h . Além disso, eventos realizados nesta região também precisam de consulta e autorização prévia do Iphan”.
Nota do Iphan:
“O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informa que tomou conhecimento do acidente ocorrido nesta quinta-feira (17/), envolvendo um turista chileno de 16 anos, no Alto Corcovado, no Rio de Janeiro.
O Instituto esclarece que, conforme previsto na Portaria Iphan nº 420/2010, a instalação de estruturas provisórias em bens tombados em nível federal depende de autorização prévia. Até o momento, o Iphan não recebeu nenhuma solicitação formal referente às estruturas atualmente instaladas.
O Iphan permanece à disposição e reitera seu compromisso de analisar com atenção e celeridade eventuais pedidos de autorização, garantindo que o uso dos espaços ocorra em consonância com a preservação do patrimônio cultural”.
Nota do Corpo de Bombeiros:
O Corpo de Bombeiros informa que não há registro de processo de regularização de estrutura temporária para o evento em questão.