
Em um movimento que intensifica a guerra comercial entre Estados Unidos e China, Pequim ordenou que suas companhias aéreas suspendam a compra de aeronaves e peças de fabricantes norte-americanos, incluindo a Boeing. A decisão, motivada por tarifas adicionais impostas por Washington, representa um duro golpe para a gigante americana, que já enfrentava desafios financeiros e reputacionais.
A Boeing, que contava com a China como um de seus principais mercados, vê agora dezenas de pedidos de companhias como Air China, China Eastern e China Southern serem colocados em espera indefinida. Além disso, a empresa enfrenta uma queda significativa no valor de suas ações e uma perda estimada de US$ 11,8 bilhões em 2024, agravando ainda mais sua situação financeira.
Enquanto isso, a brasileira Embraer surge como uma potencial beneficiária dessa reconfiguração do mercado. Com seus modelos E190-E2 e E195-E2 já certificados na China, a empresa busca expandir sua presença no país, inclusive estudando acordos para a venda de 20 jatos comerciais a companhias aéreas chinesas. A Embraer também fechou recentemente um acordo com uma empresa chinesa para converter seus E-jets em cargueiros, sinalizando uma estratégia agressiva de crescimento na região.
Este cenário destaca a crescente rivalidade entre Boeing e Airbus, com a fabricante europeia já tendo fechado acordos para fornecer cerca de 300 aeronaves a companhias chinesas em 2022. A entrada da Embraer nesse mercado competitivo indica uma possível mudança no equilíbrio de forças da aviação comercial global.
A decisão da China não apenas impacta diretamente a Boeing, mas também sinaliza uma mudança estratégica em suas relações comerciais, favorecendo fabricantes que possam oferecer alternativas viáveis às aeronaves americanas. Para a Embraer, essa pode ser a oportunidade de consolidar sua posição em um dos mercados mais promissores do mundo.
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