A culinária africana no Brasil faz parte fundamental da identidade cultural e gastronômica do país. Desde a chegada dos africanos escravizados no século XVI, suas tradições alimentares começaram a influenciar a forma como os brasileiros se alimentam. Este artigo explora a história da comida africana no Brasil, suas influências, os alimentos trazidos da África, o preparo nas casas grandes e senzalas, e destaca comidas de origem africana que fazem parte da gastronomia afro-brasileira. No final, apresentamos uma curiosidade sobre pratos típicos africanos.
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História da Comida Africana no Brasil
A culinária africana no Brasil começou a se consolidar durante o período colonial, com a chegada de milhões de africanos escravizados. Esses povos trouxeram consigo suas práticas culinárias, que foram adaptadas aos ingredientes locais e às condições de vida no Brasil. A partir daí, a gastronomia afro-brasileira foi ganhando espaço, misturando-se a influências indígenas e europeias e construindo o que conhecemos hoje como herança africana.
É importante ressaltar que muitos pratos preparados pelos escravizados, tanto nas senzalas quanto nas casas grandes, foram se popularizando e, hoje, são considerados essenciais na culinária brasileira, especialmente na região Nordeste, onde a presença africana foi mais marcante. Assim, a culinária africana no Brasil tornou-se símbolo de resistência cultural e identidade.
É importante lembrar que os africanos que foram trazidos de África para o Brasil, não trouxeram consigo nenhum alimento. Devido as condições precárias de cada viagem.
No entanto, África sempre foi um continente “muito rico” gastronomicamente falando. Enquanto que algumas regiões do continente predomina o uso de temperos e condimentos como canela, pimenta, cravo, louro, alecrim e erva-doce.
Em outras regiões, ingredientes como os grãos e as leguminosas são mais utilizados. E, ainda, há os que têm mais tradição no consumo de carne vermelha e itens mais básicos, como leite e pão.
Com o gigante número de pessoas que foram trazidas forçadamente de diversas regiões do continente africano, a gastronomia brasileira recebeu influência de povos de diversos lugares de África.
Influência da Culinária Africana no Brasil
A influência da culinária africana no Brasil é vasta e pode ser observada em várias partes do país, mas com destaque especial para a Bahia, onde a presença dos africanos moldou profundamente a culinária local. Pratos como acarajé, vatapá e caruru, muito tradicionais na Bahia, são exemplos de comidas de origem africana que se tornaram parte essencial da gastronomia afro-brasileira.
Além dos pratos, a própria forma de cozinhar e os temperos usados, como o azeite de dendê, têm origem na culinária africana. Esses elementos foram incorporados nas cozinhas brasileiras, principalmente no que hoje chamamos de pratos de origem africana, que são saboreados em festas, religiões afro-brasileiras, e no dia a dia. Esses pratos, tão arraigados na cultura brasileira, demonstram como a gastronomia afro-brasileira é rica e diversa.
Alimentos trazidos da África para o Brasil
Vários ingredientes essenciais para a gastronomia afro-brasileira foram trazidos diretamente da África. Entre os alimentos mais notáveis estão o quiabo, o inhame, a banana, o azeite de dendê, o amendoim e o milho. Esses alimentos foram incorporados à dieta dos escravizados e, posteriormente, às mesas de todos os brasileiros.
O azeite de dendê, por exemplo, é um ingrediente fundamental para muitos pratos de origem africana, como o acarajé e o vatapá, ambos muito populares na Bahia. O quiabo, amplamente usado em pratos como o caruru, também veio da África e é um símbolo da resistência culinária dos africanos no Brasil.
Como era o preparo da comida na casa grande e na senzala
O preparo da comida era diferente nas casas grandes e dentro das senzalas. Nas senzalas, a comida era marcada pela simplicidade, muitas vezes feita com ingredientes que os senhores de engenho descartavam ou consideravam inferiores. No entanto, esses alimentos se tornaram a base de muitos pratos típicos da comida africana no Brasil.
Nas senzalas, os escravizados cozinhavam usando ingredientes como feijão, milho, mandioca e carnes menos valorizadas, e, a partir desses itens, criavam pratos saborosos e nutritivos. Na casa grande, os escravizados preparavam pratos mais elaborados para os senhores, muitas vezes misturando técnicas e ingredientes africanos, indígenas e europeus. Esse intercâmbio resultou em pratos que, com o tempo, passaram a compor o repertório da gastronomia afro-brasileira.
13 Comidas de origem africana que temos no Brasil
Aqui estão 13 comidas de origem africana que se tornaram populares no Brasil, especialmente na Bahia, onde a culinária africana no Brasil floresceu:
1. Comida Africana no Brasil: Acarajé
O acarajé é um dos pratos mais emblemáticos da culinária africana (e, atualmente da culinária baiana), com raízes profundas na gastronomia africana. Sua origem remonta à Nigéria, onde é conhecido como akará. No Brasil, o acarajé foi trazido por nergos escravizados da etnia iorubá, e se tornou um dos principais ícones da culinária afro-brasileira, especialmente no estado da Bahia.
O nome “acarajé” vem do iorubá, que significa “comer bola de fogo”. Na África, ele era preparado durante rituais religiosos e comunitários, sendo considerado um alimento sagrado.
No Brasil, o acarajé também tem forte ligação com o candomblé, onde é oferecido como comida de santo, especialmente para Iansã, a orixá dos ventos e das tempestades. Essa conexão espiritual faz com que o acarajé seja visto não apenas como um prato, mas também como um símbolo de resistência cultural e religiosa.
O prato é tão importante na cultura brasileira que, em 2004, foi registrado como patrimônio imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Modo de preparo do Acarajé
O preparo do acarajé começa com o feijão-fradinho, que é deixado de molho para amolecer. Após algumas horas, o feijão é descascado e triturado até virar uma massa homogênea. Essa massa é temperada com sal e cebola ralada, sendo, então, moldada em bolinhos que são fritos em azeite de dendê, conferindo ao acarajé sua cor dourada e sabor característico.
Após frito, o acarajé é cortado ao meio e recheado com acompanhamentos como vatapá (um creme de pão, camarão seco e azeite de dendê), caruru (quiabo cozido com camarão seco), salada de tomate, e camarão seco inteiro. Para quem gosta de pimenta, há a opção de adicionar molho picante ao recheio. O azeite de dendê é um dos ingredientes principais, trazendo o autêntico sabor da África para a culinária baiana.
2. Caruru
O caruru é um prato tradicional da comida Africana no Brasil, muito popular na Bahia, com profundas raízes na cultura africana trazida pelos escravizados. Sua origem está associada aos povos iorubás e ao culto aos orixás, sendo um prato frequentemente preparado em celebrações religiosas do candomblé e da umbanda.
No Brasil, o prato foi adaptado com os produtos locais e se tornou um dos ícones da gastronomia afro-brasileira, sendo tradicionalmente servido em festas dedicadas aos gêmeos (ibejis), que são orixás crianças, e em oferendas religiosas. No dia de São Cosme e São Damião, por exemplo, é comum oferecer caruru, reforçando o vínculo do prato com a cultura religiosa.
Modo de preparo do Caruru
O caruru tem como ingrediente principal o quiabo, que é cortado em pequenas rodelas. O preparo começa refogando cebola, alho e azeite de dendê em uma panela, criando uma base aromática. Em seguida, adiciona-se o quiabo e camarão seco, que são cozidos até formarem uma textura viscosa, característica do prato. Outros ingredientes como castanha de caju, amendoim e pimenta-de-cheiro podem ser adicionados para intensificar o sabor.
O azeite de dendê é um ingrediente essencial, dando ao caruru seu sabor marcante e sua cor vibrante. O prato é geralmente servido com arroz branco, farofa de dendê e acarajé, formando uma refeição rica em sabores e texturas. Além de ser um acompanhamento popular para pratos como vatapá e feijão-fradinho, o caruru também é saboreado como prato principal em festas religiosas e familiares.
3. Comida Africana no Brasil: Mungunzá
O mungunzá tem suas raízes na culinária africana, onde pratos à base de grãos cozidos eram comuns nas regiões bantas. No Brasil, os escravizados adaptaram a receita, utilizando milho e leite de coco, ingredientes abundantes na época. O prato, que inicialmente tinha um caráter sagrado e ritualístico, hoje é muito consumido em festas juninas e em diversas festividades nordestinas, embora sua presença também seja marcante em outras partes do país.
No Nordeste, o mungunzá doce é uma das principais delícias das festas de São João. Já em algumas regiões do Norte e Sudeste, há variações salgadas, servidas como acompanhamento em refeições.
No Norte e Nordeste, a versão doce é chamada de mungunzá, enquanto no Sudeste e Centro-Oeste, o prato similar é conhecido como canjica.
Modo de preparo do Mungunzá
O mungunzá doce é preparado com milho-branco, que é deixado de molho por algumas horas para amolecer. Após o molho, o milho é cozido em uma panela com água até ficar bem macio. Quando o milho está cozido, adiciona-se leite de coco, leite condensado, açúcar e canela em pau para dar sabor. A mistura é cozida até atingir uma consistência cremosa e doce.
A receita pode variar, mas os ingredientes principais são sempre o milho e o leite de coco. Algumas variações incluem cravo-da-índia e leite comum, ou até mesmo uma pitada de sal para equilibrar o sabor.
4. Vatapá
O vatapá tem origem nos povos africanos, especialmente entre as etnias iorubá e banta, que preparavam pratos similares com base em amendoim, peixe e camarão. No Brasil, a receita foi adaptada com ingredientes locais, como o azeite de dendê e o leite de coco, ambos amplamente usados na Bahia.
O vatapá é frequentemente servido como acompanhamento do acarajé e do abará, dois pratos também de origem africana.
Modo de preparo do Vatapá
O vatapá baiano é feito com ingredientes como camarão seco, pão ou farinha de mandioca, leite de coco, castanha de caju, amendoim, azeite de dendê e temperos como cebola, alho, pimenta e coentro. O preparo começa com o refogado de cebola e alho no azeite de dendê, criando uma base aromática para o prato. Em seguida, adicionam-se os ingredientes secos, como o pão amolecido ou farinha, que são misturados com o leite de coco até formar uma pasta cremosa.
O camarão seco e os temperos são então incorporados à mistura, que é cozida lentamente até atingir a textura ideal, que deve ser cremosa e levemente grossa. O uso do azeite de dendê é crucial, conferindo ao vatapá sua cor amarela característica e o sabor único que remete diretamente às influências africanas.
Servido como acompanhamento de pratos como acarajé ou moqueca, ou até como prato principal com arroz, o vatapá é uma verdadeira representação da fusão cultural e gastronômica que a culinária africana no Brasil trouxe ao país.
5. Comida Africana no Brasil: Abará
O abará é um prato tradicional da culinária afro-brasileira, originário da Bahia, com fortes raízes africanas. Assim como o acarajé, o abará é feito à base de feijão-fradinho, mas ao invés de ser frito, é cozido no vapor, envolto em folhas de bananeira. Esse prato é muito associado às tradições religiosas do candomblé, sendo uma oferenda frequente para orixás como Iansã e Xangô.
Modo de Preparo do Abará
Para preparar o abará, comece demolhando o feijão-fradinho por algumas horas, removendo a casca e moendo o feijão até formar uma massa fina. Adicione azeite de dendê, camarão seco, cebola ralada e sal, misturando bem até a massa ficar homogênea. Em seguida, porcione pequenas quantidades da massa e enrole em folhas de bananeira, amarrando para fechar. Coloque os abarás em uma panela a vapor e cozinhe até que fiquem firmes, por cerca de 40 minutos. O abará é tradicionalmente servido com vatapá, caruru e pimenta, sendo um dos pratos mais apreciados nas festas populares e religiosas da Bahia.
6. Angu
O angu é um prato simples e muito presente na comida Africana no Brasil, com origem nas tradições alimentares africanas. Trazido ao Brasil pelos escravizados, o angu era preparado principalmente nas senzalas, utilizando ingredientes básicos como fubá de milho e água. Com o tempo, ele se popularizou em várias regiões do país, especialmente no Sudeste, onde é consumido de diversas formas.
Modo de Preparo do Angu
Para preparar o angu, basta aquecer água com uma pitada de sal e, aos poucos, adicionar o fubá de milho, mexendo constantemente para evitar que forme grumos. Continue mexendo em fogo baixo até que a mistura engrosse e cozinhe, ganhando uma textura cremosa e lisa. O angu pode ser servido puro, acompanhando carnes, como costela ou rabada, ou coberto com um molho de tomate e carne moída. Versátil e nutritivo, o prato é uma das representações mais simples da fusão entre a alimentação africana e os ingredientes locais.
7. Comida Africana no Brasil: Pamonha
A pamonha é uma iguaria típica da culinária brasileira, com forte influência da cultura indígena e afro-brasileira. Feita principalmente de milho, ela combina sabores e tradições, sendo muito apreciada em festas juninas e em diversas celebrações ao longo do ano. Essa delícia é caracterizada pela sua textura macia e pela mistura de ingredientes que a tornam única.
Modo de Preparo da Pamonha
Para preparar a pamonha, comece retirando os grãos de milho da espiga e batendo-os no liquidificador com um pouco de água até obter uma massa homogênea. Em seguida, adicione açúcar, sal e leite de coco para dar sabor. Misture bem todos os ingredientes. Para a cocção, você pode usar as próprias folhas do milho para fazer embrulhos ou utilizar formas de papel. Despeje a mistura nas folhas ou formas, amarre bem e coloque em uma panela com água fervente. Cozinhe por cerca de 40 a 60 minutos. A pamonha pode ser servida doce ou salgada, variando conforme a região e a preferência. Além de deliciosa, ela representa uma parte importante da culinária afro-brasileira, celebrando a riqueza dos ingredientes locais.
8. Comida Africana no Brasil: Cuscuz
O cuscuz africano é um prato tradicional que carrega consigo uma rica herança cultural e histórica. Originário do norte da África, ele foi trazido ao Brasil pelos escravizados, adaptando-se às práticas culinárias locais. Este prato é conhecido por sua versatilidade e por ser uma opção nutritiva, com um sabor que encanta paladares de todas as idades.
Modo de Preparo do Cuscuz
Para preparar o cuscuz africano, comece misturando farinha de milho ou farinha de mandioca com água e uma pitada de sal, até formar uma massa que possa ser moldada. Em seguida, coloque a mistura em uma cuscuzeira ou em uma panela a vapor, cozinhando por aproximadamente 20 a 30 minutos. Durante o cozimento, o cuscuz vai absorver a umidade e ganhar uma textura leve e fofa. Após o tempo de cozimento, desenforme o cuscuz e sirva-o com acompanhamentos, como carne de sol, vegetais ou molhos variados. O cuscuz africano não apenas se destaca pela sua simplicidade, mas também pela sua capacidade de unir sabores e ingredientes, refletindo a rica fusão de culturas que caracteriza a culinária afro-brasileira.
9. Feijoada
A feijoada é um dos pratos mais emblemáticos da culinária afro-brasileira, considerada por muitos como a refeição nacional do Brasil. Com raízes que remontam às tradições alimentares dos povos africanos, especialmente aqueles trazidos como escravizados, a feijoada é mais do que um simples prato; ela representa um verdadeiro símbolo da mistura cultural do país.
Originalmente, as mulheres nas senzalas preparavam a feijoada utilizando cortes de carne que eram considerados sobras, como orelha, pé e rabo de porco, combinados com feijão preto e temperos simples. Com o tempo, essa iguaria evoluiu, e sua receita foi enriquecida com uma variedade de carnes e acompanhamentos, transformando-se em uma refeição festiva apreciada em todo o Brasil.
Tradicionalmente servida em grandes panelas em almoços de família e celebrações, a feijoada une as pessoas em torno da mesa, proporcionando momentos de confraternização e celebração da cultura brasileira. Essa riqueza gastronômica reflete a história de resistência e adaptação dos africanos no Brasil, sendo um exemplo perfeito da fusão de sabores e tradições que caracterizam a gastronomia afro-brasileira.
Modo de Preparo da Feijoada
Para preparar a feijoada, comece selecionando os ingredientes. Utilize feijão preto, carne de porco, carne bovina e linguiça, além de temperos como cebola, alho e louro. Deixe o feijão de molho por algumas horas para amolecer. Em uma panela grande, refogue a cebola e o alho no óleo até dourar, em seguida adicione as carnes e frite levemente. Incorpore o feijão e cubra com água, cozinhando em fogo baixo por cerca de duas a três horas, até que o feijão esteja macio e os sabores estejam bem misturados. Sirva a feijoada acompanhada de arroz, farinha de mandioca, couve refogada e lima, criando uma combinação perfeita que destaca a riqueza da gastronomia afro-brasileira. Essa tradição culinária, com suas raízes profundas, continua a ser celebrada em festas, almoços de família e encontros sociais em todo o Brasil.
10. Comida Africana no Brasil: Cocada
A cocada é um doce típico da comida Africana no Brasil, conhecido por seu sabor doce e textura macia. Feita à base de coco e açúcar, esse doce simples e delicioso é muito apreciado em várias regiões do Brasil. Sua origem remonta às influências africanas e indígenas, refletindo a mistura cultural do país. Além de ser uma sobremesa popular, a cocada também representa uma tradição em festas e celebrações, trazendo alegria e sabor para diferentes ocasiões.
Modo de Preparo da Cocada
Para preparar a cocada, comece ralando coco fresco e reservando-o. Em uma panela, misture o coco ralado com açúcar e um pouco de água. Em seguida, leve ao fogo médio, mexendo constantemente para evitar que a mistura grude no fundo da panela. Cozinhe até que a mistura comece a soltar do fundo da panela, o que geralmente leva cerca de 15 a 20 minutos. Após atingir a consistência desejada, despeje a mistura em uma superfície untada e espalhe uniformemente. Deixe esfriar antes de cortar em pedaços quadrados ou retangulares.
Você também pode adicionar outros ingredientes, como leite condensado ou amendoim, para criar variações deliciosas. A cocada é uma opção perfeita para quem deseja um doce que represente a riqueza da gastronomia afro-brasileira, com seu sabor marcante e textura irresistível. Assim, a cocada não apenas conquista os paladares, mas também perpetua as tradições culinárias que fazem parte da cultura brasileira.
11. Quibebe
O quibebe é um prato tradicional da culinária afro-brasileira, especialmente apreciado no Nordeste do Brasil. Essa iguaria, feita à base de abóbora e temperos, reflete a rica influência africana na gastronomia nacional. O quibebe é simples de preparar e traz um sabor único, além de ser uma excelente opção nutritiva. O prato é frequentemente associado a festas e celebrações, onde sua cor vibrante e aroma delicioso chamam a atenção.
Modo de Preparo do Quibebe
Para preparar o quibebe, comece descascando e cortando a abóbora em cubos pequenos. Em uma panela, aqueça um pouco de óleo e adicione cebola e alho picados, refogando até ficarem dourados. Em seguida, coloque os cubos de abóbora na panela e misture bem. Adicione água suficiente para cobrir a abóbora e tempere com sal, pimenta-do-reino e outras especiarias a gosto, como cominho ou coentro.
Cozinhe em fogo médio até que a abóbora esteja macia, o que levará cerca de 20 a 30 minutos. Após cozinhar, use um garfo ou um mixer para amassar a abóbora até obter um purê liso. Sirva o quibebe quente, acompanhado de arroz, carne ou como acompanhamento em refeições diversas. Essa receita, além de deliciosa, é uma representação perfeita da gastronomia afro-brasileira, destacando a criatividade e a tradição que cercam a culinária do Brasil. Com sua simplicidade e sabor, o quibebe continua a ser um prato querido em muitas mesas brasileiras.
12. Xinxim
O xinxim é um prato típico da comida Africana no Brasil, com raízes na gastronomia do estado da Bahia. Ele reflete a rica mistura de influências africanas e indígenas, resultando em um sabor marcante e aromático. Geralmente, o xinxim é preparado com carne de frango ou carne de porco, e é muito apreciado por sua combinação de temperos e ingredientes, como amendoim e dendê. Este prato é mais do que uma refeição; ele carrega histórias e tradições, sendo frequentemente servido em celebrações e festas.
Modo de Preparo do Xinxim
Para preparar o xinxim, comece cortando peitos de frango ou carne de porco em pedaços e temperando com sal, alho, cebola e limão. Em uma panela, aqueça óleo de dendê e refogue os temperos, como cebola, alho e gengibre, até que fiquem dourados. Em seguida, adicione a carne e frite até que esteja bem cozida e dourada. Após isso, incorpore amendoim moído e um pouco de leite de coco, mexendo bem para combinar todos os sabores. Adicione água, se necessário, para ajustar a consistência do molho, e deixe cozinhar em fogo baixo por cerca de 30 minutos, permitindo que os sabores se misturem. O xinxim pode ser servido com arroz branco e farofa, criando uma refeição deliciosa e reconfortante.
Este prato não apenas destaca os sabores da gastronomia afro-brasileira, mas também traz um pedacinho da cultura baiana para a mesa, celebrando a tradição e a criatividade culinária do Brasil.
13. Quindim
O quindim é uma iguaria deliciosa da culinária afro-brasileira, famosa por seu sabor doce e textura aveludada. Originário das tradições africanas trazidas para o Brasil durante o período colonial, o quindim é preparado principalmente com gema de ovo, açúcar e coco ralado. Este doce é frequentemente encontrado em festas e celebrações, onde encanta os paladares com seu brilho e sabor marcante.
Modo de Preparo do Quindim
Para preparar o quindim, comece pré-aquecendo o forno a 180 °C. Em uma tigela, misture as gemas de ovo com o açúcar até que a mistura fique homogênea. Em seguida, adicione o coco ralado e um pouco de manteiga derretida, mexendo bem até que todos os ingredientes estejam incorporados. Para dar um toque especial, você pode adicionar uma pitada de sal e um pouco de essência de baunilha.
Depois de misturar bem, unte forminhas individuais com manteiga e polvilhe açúcar para evitar que os quindins grudem. Despeje a mistura nas forminhas, preenchendo-as até cerca de dois terços da capacidade. Coloque as forminhas em uma assadeira e adicione água quente na assadeira, criando um banho-maria. Asse no forno por cerca de 30 a 40 minutos, ou até que os quindins fiquem firmes e levemente dourados.
Após assar, retire do forno e deixe esfriar antes de desenformar. O quindim, com seu sabor doce e textura suave, é uma verdadeira obra-prima da gastronomia afro-brasileira, perfeito para qualquer ocasião. Sirva frio e aprecie cada garfada dessa delícia que encanta gerações.
Quais são os pratos típicos da África?
A culinária africana é extremamente diversa e reflete a vastidão do continente. Entre os pratos mais populares estão o Jollof Rice, típico do oeste africano, e o Bobotie, da África do Sul, feito com carne moída temperada e coberto com uma mistura de ovos. Outro prato famoso é o Injera, um pão esponjoso consumido com ensopados na Etiópia. Esses pratos mostram como a culinária africana é rica em sabores e tradições, com muitos elementos presentes até hoje na gastronomia afro-brasileira.
Conclusão
A culinária africana no Brasil é uma das principais heranças culturais deixadas pelos africanos escravizados. Ao longo dos séculos, seus ingredientes, pratos e modos de preparo influenciaram a gastronomia nacional, com destaque especial para a Bahia, onde a presença africana é fortemente sentida em pratos tradicionais na Bahia. Com a popularização de diversos pratos de origem africana, a gastronomia afro-brasileira continua sendo um pilar fundamental da nossa identidade cultural e culinária.